Segundo a Organização Mundial de Saúde, Portugal é dos países desenvolvidos que está entre os que apresentam menor obesidade e menor consumo de fastfood.
Este estudo que incide na obesidade, hábitos de consumo e liberalização comercial de bens alimentares, conclui que todos os países conheceram um aumento no consumo de comidas rápidas e do IMC [dos seus cidadãos], mas os países que desregularam gradualmente e minimamente as suas economias, conheceram um incremento mais lento do consumo de comida rápida e do IMC.
No caso de Portugal, a economia, ao longo deste período, esteve ainda protegida em termos de regulação alimentar, o que minimizou o aumento da obesidade e do consumo de fastfood.
Roberto De Vogli, autor do estudo explica que "Portugal tem um IMC muito inferior aos países anglo-saxónicos, como os Estados Unidos, Canadá e Austrália, com mercados mais desregulados, e onde o consumo de comida rápida e a prevalência da obesidade são superiores".
Por outro lado, as explorações agrícolas em Portugal tendem a ser mais pequenas, sendo geralmente mais saudáveis, em relação aos países com economias dominadas por grandes grupos económicos agroalimentares. "Países com explorações agrícolas de tamanho menor tendem a registar aumentos menores no consumo de comidas rápidas e na obesidade", esclarece o professor Roberto de Vogli.
O investigador adianta, no entanto, que "é preciso mais investigação", para se chegar a uma conclusão efectiva, sobre a relação dos factores, embora tudo indique que "um sistema de agricultura baseado em pequenas explorações e com sectores mais protegidos", em termos de regulação e fiscalização, "possa explicar por que motivo o consumo de comida rápida é baixo em Portugal".
O estudo apela, por isso, à aplicação de medidas que melhorem a etiquetagem dos alimentos e que limitem a produção e o comércio de alimentos processados, como a fastfood, e a sua publicidade.
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